Acredite nos que buscam a verdade... Duvide dos que encontraram! (A.Gide)

03 dezembro 2017

Elisa Lucinda: CONVOCAÇÃO À LUZ DOS NOVOS TEMPOS!

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APRESENTAÇÃO POR RALF RICKLI: Em 20/11/2017, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a escritora e atriz Elisa Lucinda publicou este texto absolutamente extraordinário na sua página no Facebook - mas é possível que tenha publicado sob pressão de tempo, pois o texto saiu com inúmeros problemas de digitação, quando Elisa é sabidamente dona de um texto refinado e preciso em todos os detalhes. Com receio de que alguém possa pretender usar esses problemas de digitação para desqualificar indevidamente um texto que, como já disse, é de extraordinário valor, e como também sou do ofício do texto e, a meu modo, militante da causa, me atrevi a fazer uma revisão básica disso (da digitação), sem alterar uma única palavra, e a disponibilizar a partir deste blog, na esperança de que a autora não leve a mal. Com a palavra: Elisa Lucinda!



CONVOCAÇÃO À LUZ DOS NOVOS TEMPOS!

Quero reafirmar que à luz dos novos tempos velhas narrativas não mais passarão. Não sobreviverão provérbios retrógrados e retóricos e, menos ainda, tradicionais omissões. Quando eu disse que “coisa de preto” era subtexto de grande parte da mente nacional e muitas vezes das mentes do mundo, eu não estava fazendo uma hipótese. Estou falando de uma teoria filha da prática de uma experiência de existir numa sociedade racista, sendo muitas vezes a única negra não funcionária daquele ambiente, o que me dá um lugar muito particular que eu faço questão de compartilhar. Inúmeras vezes já ouvi e vi essa legenda gritando no olhar do meu julgador, depois de uma gargalhada, depois de uma coisa mais surpreendente, mais espontânea, de alguma coisa mais “exótica”, mais espalhafatosa, menos “comportada”. Já vi esse olhar muitas vezes: “Coisa de preto, só podia ser preto”. O olhar sussurra pra si mesmo e eu escuto. É claro que fui criada num país multicolor, é claro que acreditei na democracia racial, mas só até entender a bipolarização flagrante entre brancos e pretos exposta como uma hemorragia atuante e invisível em todos os lugares que frequentei, sendo a única negra do colégio de freiras, sendo eu e meus irmãos os únicos negros dos clubes, das colônias de férias dos funcionários da Vale do Rio Doce e, mais tarde, a única negra de muitos elencos. Uma espécie estranha de solidão. Então está posto o que é estrutural, o que é endêmico, o que é constituinte desta educação racista brasileira estendida a todos sob o manto da famosa “democracia racial.”

Balela.

Não sou eu, é o IBGE que afirma por cálculos concretos: da multidão de desempregados que perambula pelas ruas da desesperança no país, 66% são negros. Os salários dos brancos são 55% maiores que os salários dos pretos, formando assim enormes corredores de exclusão preenchendo o quesito da subutilização da força de trabalho brasileira. Gerações e gerações de mulheres negras são multiplamente mais assassinadas que as não negras. O Brasil desperdiça seus filhos e têm especial predileção em desperdiçar as filhas e os filhos pretos. Não os reconhece. Disso tudo sabemos e nos debatemos sem compreender a profundeza da teia racista que, impingida na cabeça de cada brasileiro, produz este estrago, essa matança.

O brasileiro ignorante histórico, aquele ingênuo que cresceu sem se estarrecer com o ter existido o cruel tráfico humano nos navios carniceiros negreiros, cresceu achando bonito o quadro triste e trágico da primeira missa no Brasil, o retrato da primeira missa jesuíta; o ignorantemente histórico é aquele que aprendeu a gostar daquela Tragédia: índios nus nos cantos da igreja, tomando banho de vergonha, vivendo a violenta catequização, o extermínio de uma cultura, amargando a escrota e danosa fundação da culpa, sendo por ela contaminados até não reconhecerem mais o que era Liberdade.

Pois é, meus senhores, o pretensioso domínio branco primou por dizimar, por encher de sangue a história do país a partir de sua predatória colonização. Agora, neste momento em que a República está em chamas e os poderes estão de costas para o povo, estamos por nossa conta e precisamos amadurecer como sociedade, lavar os preconceitos das escadarias da alma, uma lavagem forte, uma exigência do Axé.

É de tarde. Entro no carro, o taxista que me aguardava com um bom desconto de 30%, me disse: “Eu esperava que você saísse por esse portão aqui”. Era o portão da esquerda, que na minha casa é o dos fundos, e é igualzinho ao da direita, portanto ele não podia supor, obviamente. Mas mesmo assim brinquei: Não, aquela, meu senhor, é a entrada dos fundos, a entrada dos brancos. Ele então, deu um sorriso muito sem graça, e eu completei: É estranho, né, para o senhor que é branco pensar assim? Ele disse: “É verdade, a gente não tá acostumado a pensar isso não”. E eu: Já pensou na televisão, numa novela, um elenco de 40 atores, 38 serem pretos e só 2 brancos? E ele: “Já pensou, tudo ao contrário?”. Incrível, “ao contrário”, ele disse. Normatizamos tanto o preconceito que achamos normal uma situação de opressão. O certo perde a referência. É ao contrário. Esse tema tem que vir para as mesas, tem que ser discutido e estar dentro da educação brasileira como conteúdo. Nem percebe-se que, dos 200 indicados na lava a jato todos os ladrões são brancos. Tem nenhum preto. A maioria infratores reincidentes. Mas nem se repara, nem comentamos.

É hora de lavarmos os olhos. Por isso a importância da disciplina de relações étnico-raciais, nas universidades, nas escolas, na formação de professores. Urge.

Toda essa minha conversa, meus queridos, é a base para uma convocação, pois chegamos a um limite. O silêncio dos não racistas brancos tem feito falta nessa luta.

E está pegando mal. Vem constrangendo bons brancos.

José Bonifácio deixou muitos herdeiros, tratava-se de um homem branco, abolicionista, que não admitia escravos, pagava a quem contratava os serviços, um revolucionário. Onde estão seus descentes?

Um amigo louro meu me disse que havia na sua infância um garotinho que morava na rua de trás com quem ele gostava muito de brincar e que era o filho do dono da borracharia onde o pai consertava os pneus. Ainda assim seu pai dizia: “Não quero você brincando com esse menino”. “Por que papai?” Quando você crescer entenderá; a gente trata bem, mas não deve se misturar. Você vai entender.”

Perguntei então a esse amigo hoje, se ele, agora que é grande, já cresceu, se ele entendeu. E, se entendeu, que escreva sobre isso, quero ler tais depoimentos. Os que receberam a educação escravagista da Casa Grande e não concordam com ela, não podem mais se calar. Foram proibidos de sonhar com a igualdade, treinados a produzir desigualdades, ensinados à ideia de uma “natural “ supremacia. Foram adestrados profundamente no seu imaginário de modo a não lhes ser permitido amar e casar com uma mulher ou um homem negro.

E aí? Vai ficar por isso mesmo? Vão passar a mesma educação para as crianças de hoje? Continuará sendo perpetuado o racismo assim, na cara do século 21 e com essa contribuição destes silêncios? Pensará também assim a geração filha da esquerda brasileira, filha dos sociólogos, pesquisadores, antropólogos, engenheiros, ecologistas, médicos e artistas? Filhos da elite branca e dita de esquerda deste país? Como vai ser isso?

Por isso a minha proposta no mês da Consciência Negra é chamar a todos os não negros a que reflitam publicamente sobre a educação racista que receberam. Quando foi que perceberam que havia um plano diabólico e separatista envolvendo suas vidas? E o que vão fazer pra limpar a própria barra?

É isso mesmo, se não se pronunciam, é natural que pensemos que todos os brancos são racistas, a não ser que estes mesmos provem que não. Eis a minha proposta, ponham a mão neste vespeiro, contem aquilo que foi passado durante sua educação de forma sistemática, mas também como uma espécie de segredo, como algo do qual não se fala nunca, quase nunca abertamente. Será libertador.

Pela saúde geral, falem meus brancos, contem, libertem, descubram se houve algum negro ou negra, ou mesmo um branco revolucionário em sua árvore genealógica, ao qual trataram de esconder na névoa do tempo. Vamos abrir a caixa preta do silêncio branco até aqui.

Que se indague. Se investigue. O que terá ficado oculto nas partes escondidas, historicamente?

Vamos a está reflexão? É urgente. Quem diz é nossa antiga gente: Se posicione, pois quem cala consente.

Elisa Lucinda / 20 de novembro, 2017.

26 novembro 2017

FUNDAMENTANDO HISTORICAMENTE: CONSCIÊNCIA HUMANA TEM COR, SIM SENHOR!

- Ralf Rickli, novembro de 2017

EPÍGRAFE 1: “Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É preciso ser antirracista.” ANGELA DAVIS

EPÍGRAFE 2: “Minha proposta no mês da Consciência Negra é chamar a todos os não negros que reflitam publicamente sobre a educação racista que receberam. Quando foi que perceberam que havia um plano diabólico e separatista envolvendo suas vidas? E o que vão fazer pra limpar a própria barra? É isso mesmo, se não se pronunciam, é natural que pensemos que todos os brancos são racistas, a não ser que estes mesmos provem que não. ... É urgente. Quem diz é nossa antiga gente: se posicione pois quem cala consente.” 
ELISA LUCINDA, em “Convocação à luz dos novos tempos”, em 20/11/2017 em sua página no Facebook.

De acordo com os testemunhos históricos não há por que dizer que a Europa fosse “mais desenvolvida” que a África até o século XV: eram estilos de vida diferentes, em boa parte condicionados pelas diferenças de clima - e na qualidade de vida da população comum, dá pra apostar que os africanos estavam melhor.
  
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Na costa oriental, ricas cidades portuárias comerciavam já há muito com a Índia, Indonésia, até a China, antes que os europeus (começando justamente pelos portugueses) se lançassem por primeira vez à navegação oceânica, em navios bem mais precários que os do Oriente, porém com um diferencial: por primeira vez navios levavam canhões.

Foi como uma invasão alienígena: onde aportavam, os branquinhos esquisitos declaravam sua posse do local e destruíam a bala de canhão as cidades que não aceitassem exclusividade comercial com eles, sob suas condições. Em poucas décadas, as milenares redes comerciais que atravessavam o continente estavam destruídas (a miserabilização do continente começou aí) e não se encontravam mais mercadorias africanas pra comprar ou piratear... a não ser... as próprias PESSOAS africanas e sua força de trabalho.

Mas... pessoas humanas poderiam ser tratadas como mercadoria? Ora, isso não seria problema: luminares do pensamento religioso europeu logo “esclareceram” que pessoas africanas NÃO ERAM humanas: “não tinham alma”.

E à medida em que o pensamento religioso foi cedendo lugar ao científico, não faltaram “cientistas” dispostos a forjar todo tipo de “prova” da não humanidade dos negros - o que chegou ao auge há pouco mais de cem anos, quando livros de divulgação científica, INCLUSIVE ESCOLARES, continham frases assim: “O cérebro de um negro adulto equivale ao de um feto branco de sete meses”; “[Os negros] estão abaixo de certos macacos na escala da evolução”, ou “Todos os estudos [sobre o negro] comprovam sua natureza caracteristicamente símia” - esta última em um panfleto intitulado “PROVAS BÍBLICAS E CIENTÍFICAS DE QUE O NEGRO NÃO É PARTE DA RAÇA HUMANA”. (Fontes? Consultem em Basil Davidson, “Revelando a velha África” - entre muitos outros).

Gênios negros como o jurista e filósofo Anton Amo (sequestrado na África aos 3 anos e criado na Alemanha) e o poeta brasileiro Cruz e Souza foram psicológica e economicamente triturados nessas campanhas, pois NÃO PODIAM ser o que eram: negros portadores de uma consciência humana avançada.

E agora, quando mais e mais negr@s começam a se levantar e dizer: “Não estamos nem aí se vocês brancos se recusam a admitir (na teoria ou na prática) que nós somos da mesma espécie que vocês, o fato é que nós TEMOS CONSCIÊNCIA. Consciência, para começar, da nossa humanitude e do nosso valor. E com total autonomia: vocês endossarem ou não a nossa humanitude não faz a menor diferença para nós: NÓS SOMOS. Humanos negros. E não deixaremos de ser.”

... Aí, nesse dia, brancos aparecem bonzinhos dizendo: “o que é isso, gente, a humanidade é uma só, por que esse papo de uma consciência negra diferenciada, isolacionista?” - fazendo de conta que não foram eles, os brancos, que SE isolaram dizendo que só eles eram humanos, só eles eram capazes de consciência. Dá pra aguentar, gente?

Quem está escrevendo aqui tem entre 1/16 e 1/32 de genética negra em seu corpo, frações desconhecidas de genética indígena e árabe, e um predomínio de genética europeia - mas dá pra estranhar que, quando falo, minha consciência acabe optando por se identificar quase integralmente com o que há de não-branco em mim?

Isso é pra não morrer de vergonha, gente. Pois a não ser em caso de ignorância histórica ou de falta de caráter mesmo, é impossível que a manifestação central da CONSCIÊNCIA HUMANA num branco tenha outra forma que não a da vergonha.

TENTANDO SUMARIZAR A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA HUMANA EM PRETO E EM BRANCO: a consciência humana é uma CAPACIDADE.

De que conteúdo essa capacidade se preencherá caso se manifeste no contexto de um corpo negro? Suponho que algo como “O quanto roubaram dos meus - e consequentemente de mim! Mas isso NÃO impedirá, nem a mim nem aos meus, de realizarmos os potenciais humanos tão plenamente como qualquer outro humano possa realizar. E de lutar com todos os recursos que forem necessários para que não nos roubem mais”.

De que conteúdo essa capacidade PRECISA se preencher num corpo branco, caso não se queira continuar no caminho de desenfreada BESTIALIZAÇÃO PREDATÓRIA pelo qual os brancos enveredaram há alguns séculos? Acho que algo assim: “Estou consciente de que nós brancos não teríamos chegado à atual posição de vantagem em relação aos outros povos se não tivesse sido à custa do suor, sangue e lágrimas dos negros; de outros povos também, mas de modo especial dos negros, pelo volume, duração e sistematicidade do processo. É dever de consciência lutar com os da minha própria cor para que essa exploração e suas consequências deixem de existir - e mais: reconhecer ainda (o lugar de fala!) que se tem coisa que meus antepassados brancos NÃO me legaram é a condição moral de dizer aos negros como é que eles devem pensar, falar, viver e lutar”.

Acho que é isso aí. Em nome de minha trisavó Floriana Rosa do Espírito Santo, nascida escrava, em caráter de afirmação - e de meu bisavô Johann Ulrich Rickli, missionário evangélico na África antes de vir para o Brasil, em caráter de reconhecimento de um equívoco & de tentativa de reparação.
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03 outubro 2017

QUEM SÃO OS NOVOS NAZISTAS NO BRASIL E MUNDO DE HOJE

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Pessoas que QUEREM SER DO BEM - amigos, parentes, quem for - pelo amor de Deus, entendam: OS RESPONSÁVEIS POR ESSE ESTADO DE COISAS SÃO OS LÍDERES E MISSIONÁRIOS EVANGÉLICOS, e ninguém mais! Entendam, por favor, que hoje em dia PRATICAMENTE TODO O MOVIMENTO QUE SE APRESENTA COMO EVANGÉLICO é apenas UMA MÁSCARA DO MAL.
Já historicamente o cristianismo representou via de regra ignorância e opressão, mas houve exceções, onde vivia um espírito esclarecido, compassivo e libertador como o do próprio Jesus. Só que hoje os remanescentes desse cristianismo-do-bem NÃO CHEGAM A 1%, o resto é uma mistura de agentes deliberados do mal com inocentes úteis a serviço dos primeiros.
NÃO SEJA VOCÊ TAMBÉM UM INOCENTE ÚTIL: se você realmente deseja o bem, ENTENDA que não dá mais pra levar água para o moinho desses grupos, participando de atividades deles em nome de antigas amizades, saudades de momentos bons, etc., sem com isso se tornar CÚMPLICE dos crimes históricos que eles estão cometendo - tanto quanto se você frequentasse reuniões nazistas em 1937 na Alemanha.
Adianto só mais uma coisa, sobre a qual tenho que escrever mais amplamente em outro momento: DISPENSACIONALISMO NÃO É CRISTIANISMO: é uma falsificação criada há uns 160 anos como um PROGRAMA DE AÇÃO para os sionistas e ingleses (hoje sucedidos pelos estadunidenses) implantarem uma ditadura mundial, fingindo que se trata do "reino de Deus na Terra" implantado por Jesus retornado. A colcha de retalhos de trechos bíblicos recombinados fora de seus contextos originais (através p.ex. da Bíblia Thompson) pretende servir de pretexto inclusive para gigantescos genocídios, que se forem executados farão os de Hitler parecerem brincadeira de criança - tudo fingindo ser "cumprimento de profecias".
Parece absurdo demais para ser verdade, não? No entanto é precisamente isso o que nós estamos vivendo - e FAZ PARTE DISSO o golpe dado no Brasil contra aqueles que de 2003 a 2014 governaram o país segundo os parâmetros de Mateus 25:31-46. Sei que muitos de vocês comeram mosca e ajudaram a afastar do poder os justos e entregá-lo aos bandidos, mas nunca é tarde para observar, refletir e retificar sua posição.

22 abril 2017

A eliminação da violência à primeiríssima infância como condição central para uma sociedade justa e estável

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Convido a tod@s a conhecerem o eixo central, resumido em 4,5 páginas A4, da minha monografia sobre a importância da educação para a pater/maternidade, re-publicado hoje com o seguinte título e endereços:

A ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA À PRIMEIRÍSSIMA INFÂNCIA COMO CONDIÇÃO CENTRAL PARA UMA SOCIEDADE JUSTA E ESTÁVEL
Ralf Rickli (2009)


11 março 2017

A NAVE E A TEMPESTADE

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no aposento precário
em que provisoriamente nos refugiamos
do incêndio que assolou nosso mundo,

aos poucos nos chegam falas
lançadas de um alaúde
no espaço, há quinhentos anos,

nos tomam nos braços e embalam
- e de repente o quarto é uma nave
que atravessa indiferente a tempestade

e no embalo nossas peles se encontram
e pedem socorro uma à outra,

negociam centímetro a centímetro
o apoio que damos ao outro
com força sempre crescente...

até que somos a nave
e a música, e a própria tempestade,

e, quando vemos, está cantando em nós
a Vida,

assegurando
que já estava aqui antes de tudo
e que haja o que houver
continuará.

avante, avante, marinheiros,
não há força
que possa nos parar!
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Acabo de redescobrir que numa madrugada de novembro de 2016 deixei escrito o seguinte poema, do que não me lembrei nem mesmo na manhã seguinte! "Feliz como una lombriz" com a redescoberta! (Ralf Rickli)
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