Acredite nos que buscam a verdade... Duvide dos que encontraram! (A.Gide)

28 novembro 2008

Re: para refletir e se possível AJUDAR (Santa Catarina e +)

Oi Ralf,

muito obrigado por compartilhar os slides. Estou no momento em Itapecerica, facilitando um processo de aprendizado chamado "Laboratório de Mudança" e o estudo de caso que escolhemos é justamente mudança climática.

Também achei as fotos muito fortes, e o que passa pela minha cabeça no momento é: quanto mais vamos precisar sentir na própria pele? A mudança climática é um problema tão complexo, que é difícil relacionar causa e efeito no nosso dia a dia, mas acho catástrofes como essa mostram que não temos mais desculpa. E não basta olhar para a alteração do clima como um sintoma isolado, ela é apenas uma das consequencias dos modelos mentais da nossa sociedade de crescimento industrial. Cada um de nós tem que avaliar quais são os nosso valores, e qual a nova ética que precisamos para pder sobreviver a esses tempo, como espécie, e talvez como planeta.

Um Abraço,
Thomas

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Thomas Ufer
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2008/11/28 Ralf Rickli / Tropis <rrtrop@gmail.com>
Amigos:
recebi uma apresentação PPS que não estou re-enviando no e-mail, mas envio um link por onde vocês podem baixá-la se optarem por isso.
 
São 80 (oitenta) fotos da calamidade em Santa Catarina. Em tamanho inteiro na tela e muito mais dramáticas que qualquer uma que eu tenha visto nos noticiários. Incluo apenas 1 dessas 80 mais adiante, para comentar.
 
Quando recebi, fiquei na dúvida se abria. Pois quem conhece bem a natureza humana sabe que, no fundo, todos nós sentimos um certo prazer ao vermos imagens assim: não um prazer em que alguém esteja sofrendo, mas o mero prazer de estar vendo, mais o prazer de estar sentindo sentimentos intensos. (Quem diz que não tem nada disso ainda não se conhece a fundo!)
 
Então fiquei com dúvidas se seria ético me permitir emocionar-me com essas fotos, quando não posso fazer praticamente nada para ajudar. Acabei vendo as imagens e acho que fiz bem, por duas razões:
 
Primeira, que me mobilizou a compartilhar aqui os números de contas bancárias para contribuição com a Defesa Civil de SC. Colocar ainda que 5 ou 10 reais no pires não é insignificante numa hora dessas, não. Trabalho de formiguinha FAZ diferença.
 
A segunda, que me fez refletir duas coisas que compartilho logo abaixo, depois do link e dos número de contas.
 

O link para baixar a apresentação: http://www.tropis.org/imagext/calamidade-sc.pps 
                Obs.: o arquivo é grande e pode levar mais de 7 minutos para baixar, mesmo em banda larga.
 
As contas :  Bradesco ag. 0348-4 cc. 160.000-1 • Banco do Brasil ag. 3582-3, cc. 80.000-7 • BESC ag. 068-0 cc. 80.000-0.
                 Além disso a empresa TECNOBLU estaria recebendo itens de doação em São Paulo
                 na Rua Maestro Cardim 407, cj.608, Bela Vista (ou Paraíso)

 
As reflexões:
 
(1) Honestamente, creio que não é ruim a gente ser relembrado de tempos em tempos sobre a fragilidade das nossas vidas e das seguranças, mesmo que pequenas, em que nos agarramos. Tomar alguns minutos pra pensar: "como eu agiria se acontecesse comigo, se acontecesse com os meus". Se um dia acontecer, não se ver desprevenido: "mas eu nunca imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer comigo".
 
Mas por quê? Acho que no mínimo porque aí temos mais chance de ficarmos do lado da solução e não do problema (p.ex.: ser uma das pessoas que ajudam outras, e não das pessoas que desabam).
 
Sinto que nessas horas é que a gente entende o verdadeiro sentido, nem um pouco careta, de algumas expressões das antigas religiões, como p.ex. "Senhor, ensina-nos a recordar que temos que morrer para que alcancemos um coração sábio" - em algum ponto da Bíblia que no momento não me lembro (provavelmente Salmos ou Eclesiastes ou Provérbios). Isso não tinha nada a ver com "escapar do inferno", ou algo assim, e sim com estar pronto para a vida, com todos os seus diferentes lados.
 
(2) Juro que as ondas gigantescas de filmes apelativos como Depois do dia seguinte  (não confundir com o brilhante O dia seguinte, sobre os efeitos de uma guerra nuclear) não me assustaram tanto como a seguinte foto:
 
 
Porque, por absurdo que seja, só neste instante eu relacionei o problema das mudanças climáticas com um fato que eu já conhecia: que quando o mar sobe ele força o nível dos rios a se elevar, represando-os. E então mesmo que o mar não nos invada com água salgada, as regiões litorâneas correm o risco de submergir na água doce que vem de cima (das chuvas e dos rios das serras).
 
Tenho pensado em que há um aspecto em que o governo Lula me desgosta - ao lado de alguns em que meramente me desagrada, e muitos em que me entusiasma fortemente. Não vou falar destes últimos agora. O que me desgosta é a falta de investimento em energias realmente alternativas - não combustíveis.
 
Assistam o filme Zeitgeist: Addendum (tem em http://www.zeitgeistmovie.com com legendas em português) e vocês verão: 2 horas de sol do meio-dia transmitem à Terra tanta ou mais energia do que a humanidade consome em um ano inteiro. As energias solar, eólica, das ondas e das marés já dariam conta de sobra para todas as necessidades humanas atuais, e juntando-se a isso a geotermal as reservas são praticamente infinitas. Mas no lugar disso, estamos conquistando galhardamente uma posição elevada... justamente num tipo de tecnologia que está condenada (ou que está nos condenando).
 
(Mas não, não estou dizendo que preferia outra pessoa no lugar do Lula lá. Tomando os diversos fatores em conjunto, não acredito que haja no momento outro brasileiro nem de longe tão capacitado como ele. O que dá vontade é rezar e começar a acender velas - ou melhor: espelhos ao sol... - pra ver se ele acorda, e logo, para esse aspecto das coisas!)
 
Abraços a tod@s!
.........................................................
Ralf Rickli • arte em idéias, palavras & educação
http://ralf.r.tropis.org • (11) 8552-4506
 

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